M.20 MEDITAÇÃO
§2707 Os métodos de meditação são tão diversos quanto os mestres
espirituais. Um cristão deve querer meditar regularmente. Caso contrario,
assemelha-se aos três primeiros terrenos da parábola do semeador. Mas um método
é apenas um guia; o importante é avançar, com o Espírito Santo, pelo único
caminho da oração: Jesus Cristo.
M.20.1 Fins da meditação
§2723 A meditação é uma busca orante que põe em ação o pensamento, a
imaginação, a emoção, o desejo. Tem por finalidade a apropriação crente do
assunto meditado, confrontado com a realidade de nossa vida.
M.20.2 Frutos da meditação
§2706 Meditando no que lê, o leitor se apropria do conteúdo lido,
confrontando-o consigo mesmo. Neste particular, outro livro está aberto: o da
vida. Passamos dos pensamentos à realidade. Conduzidos pela humildade e pela
fé, descobrimos os movimentos que agitam o coração e podemos discerni-los.
Trata-se de fazer a verdade para se chegar à luz: "Senhor, que queres que
eu faça?"
§2708 A meditação mobiliza o pensamento, a imaginação, a emoção e o
desejo. Essa mobilização é necessária para aprofundar as convicções de fé,
suscitar a conversão do coração e fortificar a vontade de seguir a Cristo. A
oração cristã procura meditar de preferência "os mistérios de
Cristo", como na "lectio (leitura) divina" ou no Rosário. Esta
forma de reflexão orante é de grande valor, mas a oração cristã deve procurar
ir mais longe: ao conhecimento de amor do Senhor Jesus, à união com Ele.
M.20.3 Meditação e crescimento na compreensão d fé
§94 Graças à assistência do Espírito Santo, a compreensão tanto das
realidades como das palavras do depósito da fé pode crescer na vida da Igreja:
"Pela contemplação e estudo dos que crêem, os quais as meditam em
seu coração", é em especial "a pesquisa teológica que aprofunda o
conhecimento da verdade revelada".
"Pela íntima compreensão que os fiéis desfrutam das coisas espirituais";
"Divina eloquia cum legente crescunt - as palavras divinas crescem com o
leitor".
"Pela pregação daqueles que, com a sucessão episcopal, receberam o
carisma seguro da verdade."
§95 "Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino,
a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal
modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que
juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem
eficazmente para a salvação das almas."
M.20.4 Meditação uma das três maiores expressões de oração
§2699 O Senhor conduz cada pessoa pelos caminhos e na maneira que lhe
agradam. Cada fiel responde ao Senhor segundo a determinação de seu coração e
as expressões pessoais de sua oração. Entretanto, a tradição cristã conservou
três expressões principais da vida de oração: a oração vocal, a meditação, a
oração contemplativa. Uma característica fundamental lhes é comum: o
recolhimento do coração. Esta vigilância em guardar a Palavra e em permanecer
na presença de Deus faz dessas três expressões tempos fortes da vida de oração.
M.20.5 Métodos de meditação
§271 A onipotência divina de modo algum é arbitrária. "Em Deus o
poder e a essência, a vontade e a inteligência, a sabedoria e a justiça são uma
só e mesma coisa, de sorte que nada pode estar no poder divino que não possa
estar na vontade justa de Deus ou em sua inteligência sábia".
M.20.6 Significação da meditação
§2705 A meditação
A meditação é sobretudo uma procura. O espírito procura compreender o
porquê e o como da vida cristã, a fim de aderir e responder ao que o Senhor
pede. Para tanto, é indispensável uma atenção difícil de ser disciplinada.
Geralmente, utiliza-se um livro, e os cristãos dispõem de muitos: as Sagradas
Escrituras, especialmente o Evangelho, as imagens sacras, os textos litúrgicos
do dia ou do tempo, os escritos dos Padres espirituais, as obras de
espiritualidade, o grande livro da criação e o da história, a página do
"Hoje" de Deus.
M.20.7 Tempos aptos para meditação
§2186 Os cristãos que dispõem de lazer devem lembrar-se de seus irmãos
que têm as mesmas necessidades e os mesmos direito mas não podem repousar por
causa da pobreza e da miséria. O domingo é tradicionalmente consagrado pela
piedade cristã às boas obras e aos humildes serviços de que carecem os doentes,
os enfermos, os idosos. Os cristãos santificarão ainda o domingo dispensando à
sua família e aos parentes o tempo e a atenção que dificilmente podem dispensar
nos outros dias da semana. O domingo é um tempo de reflexão, de silêncio, de
cultura e de meditação, que favorecem o crescimento da vida interior cristã.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
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